CDH estuda denunciar às cortes internacionais as condições injustas sofridas pelos presos políticos e pelas famílias.
A Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado ouviu, na quarta-feira (16), familiares de pessoas presas em decorrência dos atos do dia 8 de janeiro de 2023. Convidadas do senador Jaime Bagattoli (PL), Vanessa Rolim e Eliana Sartori, esposa de dois perseguidos políticos, emocionaram a comissão ao relatarem os impactos das prisões nas famílias.
Em seu depoimento, Vanessa Rolim destacou as dificuldades financeiras, o abalo psicológico das crianças e a ausência do pai em momentos importantes da vida familiar.
“Não há vídeos, não há fotos, não há reconhecimento por testemunha, não há nada contra ele, e mesmo assim ele foi condenado a 14 anos. Junto com a condenação, nós, as esposas deles e todas essas dez crianças, foram condenadas juntas às sanções e penalidades. Eles não cometeram nenhum crime, foram penalizados injustamente, e todas essas crianças também estão sendo penalizadas”, afirmou Vanessa Rolim, esposa de Ezequiel, de Ji-Paraná.
Emocionado, Bagattoli defendeu que os relatos de violações sejam levados a instâncias internacionais e cobrou respeito às garantias constitucionais.
“Talvez o ministro Alexandre de Moraes tenha um coração de pedra, ou quando faz essas condenações, pega seu coração e coloca dentro de um freezer para não sentir nenhum remorso. Há muita reclamação na Câmara e no Congresso Nacional e eu gostaria de ver como se manifestam os dez demais ministros do Supremo. Onde está a nossa Justiça nesse país, onde está a OAB, o Ministério Público?”, questionou o senador.
A CDH estuda denunciar às cortes internacionais as condições injustas sofridas pelos presos políticos e pelas famílias.