Para o parlamentar, Suprema Corte tem sido mais dura com cidadãos comuns do que com condenados por corrupção
A anulação das condenações do ex-ministro Zé Dirceu (PT) na operação Lava Jato repercutiu negativamente na sociedade e também no meio político. Na sessão plenária de quarta-feira (30) foi a vez do senador Jaime Bagattoli (PL) usar a tribuna do Senado Federal para criticar a decisão do STF em favor do ex-ministro.
Em sua fala, Jaime lembrou que Zé Dirceu foi condenado a mais de 23 anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro na Petrobras. Para o senador, a medida é “um tapa na cara do trabalhador brasileiro”.
“É um tapa na cara do trabalhador brasileiro que todos os dias sua a camisa para manter a família e este país de pé. É o dinheiro do trabalhador que foi roubado, recurso que, de certa forma, matou muita gente, pois deixou de ser investido em saúde, segurança, infraestrutura e educação”, declarou.
No avançar da fala, Jaime lembrou que esta não é a primeira decisão do STF em favor dos políticos e de empresas envolvidas em corrupção, lembrando, por exemplo, que a Corte suspendeu o pagamento da multa bilionária da J&F e da antiga Odebrecht, envolvidas em esquema de corrupção. Também lembrou do ex-governador Fernando Pezão, que teve seus direitos políticos devolvidos pelo STF, mesmo envolvido em escândalo.
Por fim, Bagattoli lembrou que a Suprema Corte, ao mesmo tempo em que perdoa políticos condenados por corrupção, também promove uma verdadeira perseguição aos presos políticos de 8 de Janeiro e lembrou do caso Ezequiel, empresário e pai de família de Ji-Paraná (RO) impedido de retornar para casa.
“O mesmo Supremo que condenou um pai de família há 17 anos de prisão é o mesmo que absolveu um político envolvido no maior escândalo de corrupção do país. Enquanto bandidos da Lava Jato são perdoados, temos milhares de crianças órfãs de pais vivos. O próximo presidente desta Casa precisa ter a coragem de pautar a vontade do povo que já não aguenta mais tanto desmando”, finalizou.